O termo distúrbios respiratórios do sono (DRS) em crianças refere-se a um grupo de distúrbios respiratórios que ocorrem ou são exacerbados durante o sono. Eles podem englobar desde o ronco, a Síndrome de Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS) até a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) na sua forma mais grave.

A prevalência dos DRS em crianças tem sido estimada em 12, 1%, sendo o pico de incidência entre 3-6 anos de idade. Analisando a SAHOS individualmente, a prevalência é de 2%, enquanto que o ronco primário é mais comum e tem prevalência estimada em 6 a 9% (Ali, 1993; Oliveira, 2005; Tufik, 2008).

A SAHOS em crianças é caracterizada por recorrentes eventos de obstrução das vias aéreas, associada com dessaturação de oxigênio, resultando em uma interrupção na ventilação normal e nos padrões de sono, deficiências neurocognitivas e comorbidades cardiovasculares. Isto é, a criança pode se apresentar agitada durante a noite, mudando sempre de posição até encontrar aquela que facilite sua respiração. Seu sono não é reparador, e por isto ela se mostra sempre com o olhar cansado durante o dia, olheiras profundas. Na escola, a criança é hiperativa, tem dificuldade de concentração e de aprendizado. Nas estruturas da face também há alterações como: lábios sempre entreabertos, céu da boca profundo, maxila estreita e/ou mordidas cruzadas e evidente deficiência no crescimento da mandíbula.

No adulto, o índice de apneias e hipopneias (IAH) por hora de sono deve ser considerado a partir de 5 eventos, enquanto que na criança, esse índice já é considerado a partir do primeiro evento, merecendo tratamento.

Atualmente, os tratamentos propostos têm sido a adenotonsilectomia (remoção de adenóide e amídalas), o uso da pressão aérea positiva contínua (CPAP) e tratamentos ortodônticos/ortopédicos.

Mesmo após a cirurgia de adenóide e amídalas, alguns pacientes persistem com o problema, sendo necessária a intervenção do ortodontista.

O tipo de aparelho a ser recomendado dependerá de cada caso, se há ou não falta de espaço para os dentes nas arcadas dentárias, se a mordida é ou não cruzada, etc. O importante é que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível, pois necessita do componente de crescimento da própria criança. A indicação do melhor tratamento varia caso a caso e deve ser de comum acordo entre o médico da criança e o dentista.

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